Mesmo sem Eduardo, ainda era Mônica.

Mesmo que fosse inevitável, ainda haviam registros desse amor que fora vivido com tanta força e vivacidade. Ela não o amava mais, talvez quisesse voltar a viver aquilo, com outrem, não ele.

Ela jamais admitira algo com ele novamente. Eduardo fora o seu único amor vivido da maneira mais correta possível, as lembranças eram constantes e Renato Russo fazia questão de lembrar que era sim um amor com fim. Mesmo com razão, mesmo sem razão, era amor, fora amor, não é mais.

Ainda existia um sentimento completamente inexplicável, como se algo ainda não tivesse sido feito, não haviam palavras para ela explicar o que sentia. Ela queria mais, mais da vida, mais do mundo, mais do Thomás.

Ela deixou sua suposta vida de Mônica idealizada na história da letra musical, para viver algo que realmente nem existiu. Mas nada a fazia desistir desse novo desastre, ou quem sabe, amor.

Porém o Eduardo ainda rondava sua mente. Desde acordar com um lindo e estalado beijo de "bom dia" até tomar banho pulando, coisa de criança, coisa de casal. Ela não entendia o que se passava, até que realmente ela descobriu: Ela não o havia esquecido, não queria vê-lo, com tudo, sua imagem vinha com todas os momentos e sentimentos vividos.

Seu orgulho era maior e ela continuaria a insistir em alguém que realmente ela se fazia por gostar, queria amar, ela tinha um dom, memória sentimental longa e duradoura, aprendera da maneira mais difícil que só existe apenas um único amor.

Acreditou durante muito tempo que ela o amava, era mais que isso, realmente só se completava com ele e assim iria permanecer por esta vida, com a incapacidade de ser dois em um, sendo apenas metade de alguém mais.

'E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração, e quem irá dizer que não existe razão?'