Última Ligação.

Não havia mais motivos para insistir nesse erro, ela o amava, porém não podiam viver essa história, ela já tinha dito tudo o que podia, chorado, se desesperado completamente, com tudo nada era o suficiente para ele tentar amá-la.

Ele não entendia ou não queria entender o que ela passava, ela o amava, amava mais que tudo, mais que a si mesma e não tinha receios em dizer isso. Era aquilo e acabou, mas ninguém era responsável por isso e assim começou a discussão que ela propositalmente fez.

- Não sabes como é amar alguém e és um grande infeliz por isso.

- Eu não consigo me sentir atraido por ti.

Aquilo foi a gota d'água, como se uma espada houvesse tivesse entrado rasgando o último pedaço da sua alma.

- ...

Ela não sabia o que dizer, o que fazer, queria se vingar, por ele ter um único defeito, não amá-la.

- Desculpa, eu não queria ter dito isso, mas é verdade.

- Desculpa? Eu nunca vou te perdoar, escreve essas palavras, nunca mesmo.

Ela chorava de dor, urrava internamente e por fora apenas as lágrimas caiam sem expressões faciais descritíveis.

- Eu te amo como amigo, não como homem.

Seu único erro e na mente dela, ele pagaria muito caro por isso.

- Nada do que digas vai apagar aquilo que disseste antes, estás apenas dando certeza para o que quero fazer.

- E o que queres fazer?

- Isso. Eu te amo, mas não vou suportar, olhar, sentir, viver ao teu lado apenas como tua amiga, melhor amiga para ser precisa.

- Eu entendo.

Ele não queria se afastar, mas o amor não o havia tocado.

- Então ficamos assim, você no seu mundo e eu no meu, que cá entre nós, era o que deveriamos ter feito a tanto tempo atrás.

- É...

Sabia que era melhor assim para ela o esquecer.

- Eu te amo minha melhor amiga, adeus.

Ela não teve forças para dizer mais nada, apenas se ouviu o som de disparo no outro lado da linha.

Ele não sabia, entretanto ela havia se matado e ele não pode impedir, se era um defeito ele não amá-la, ele carregaria essa culpa para o resto da vida.

Enfim ela soubera o que era estar em paz.